NETA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA EM ITAPETINGA.

 VERA FERREIRA PALESTROU PARA UM AUDITÓRIO LOTADO, COM ESTUDANTES DO COLÉGIO MODELO, BATISTA, COEDITA, SÃO JOSÉ E AMANTES DA HISTÓRIA NORDESTINA.

Por:  Tiago Bottino J. Brige 

A neta e o avô Lampião.

 Para dar início à Semana de Integração, a Uesb começou o semestre letivo resgatando a história do Nordeste brasileiro. A Aula Inaugural  teve como palestrante a neta de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião)
e Maria Bonita. O auditório do Campus Juvino Oliveira, de Itapetinga, ficou lotado de estudantes e professores que participaram com perguntas sobre o movimento de lutas denominado Cangaço.

Professores da Uesb e a Neta do "Virgulino e de Maria Bonita"

“Agradeço a Uesb e a todos que têm lembrado da história do Cangaço brasileiro. É muito importante para nós que estudamos e pesquisamos o Cangaço ver que ainda existe interesse no tema. Isso nos dá alegria e faz com que mais pessoas conheçam a verdadeira história”, disse a convidada aos presentes.

O professor Ronaldinho e Vera Ferreira

Natural de Aracaju, Vera Ferreira, que é jornalista e pesquisadora, com larga experiência em produção de filmes e televisões, fez um relato daquilo que ela, como membro da família de Lampião e Maria Bonita, próxima e conhecedora de alguns membros do bando de cangaceiros e cangaceiras de Lampião, conseguiu

Vera Ferreira com Dona Silvina

colher em depoimentos e relatos de pessoas que viveram e assistiram os acontecimentos da saga contada de várias maneiras por inúmeras gerações de brasileiros, em casa, na escola, na Universidade e em vários centros de cultura do país.

“Lembro-me perfeitamente quando eu e minha mãe nos encontramos com os primeiros cangaceiros em São Paulo. Dadá, Criança, Zé Sereno, Cida e Dulce, estavam todos numa sala e mostraram-se muito respeito pela minha mãe. Todos eles choraram quando viram minha mãe. Aquilo ficou marcado e a partir daquele dia, eu disse em uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo que faria um trabalho sobre meus avós”, complementou a palestrante.

Vera disse que ainda não sabe tudo sobre a história dos seus avós, mas procura simplesmente desmistificar a ideia muitas vezes errônea do movimento chamado Cangaço, que marcou a história do Nordeste brasileiro. Muita coisa, na opinião dela, era atribuída a Lampião e Maria Bonita sem que eles estivessem presentes em determinadas regiões. “Como pode acontecer uma atrocidade no mesmo dia, em horários iguais e em cidades completamente distantes do Brasil sendo que eles quase não saiam do Nordeste?” questiona a pesquisadora e culpa a imprensa pelo sensacionalismo da época para vender jornais. Foi isso que motivou Vera Ferreira pesquisar e contar a verdadeira história como tudo aconteceu, com detalhes e peculiaridades da época em livros, exposições e documentários.

Segundo Vera, o livro “De Virgolino a Lampião” teve a primeira edição esgotada. A pesquisadora tem planos de viajar pelo Brasil com o livro e uma exposição sobre a saga do Cangaço. Outra ideia que deve ser concretizada em breve é um Memorial sobre o Cangaço que será fundado em Salvador.
Texto: Ascom
Fotos: Tiago Bottino